Sites Grátis no Comunidades.net Criar uma Loja Virtual Grátis

PORTUGANTES



Total de visitas: 88544
Portugal de Imigrantes

A imigração é um dos fenómenos que marca de forma mais significativa a actualidade. Apesar das dificuldades dos Estados em lidar com o aumento e diversidade dos fluxos, tudo parece apontar para a sua permanência no futuro.
A globalização e os fluxos migratórios que caracterizam as sociedades actuais imprimiram profundas mudanças no tecido demográfico de um país. Cada vez mais, predominam as sociedades multiculturais e Portugal não é excepção.
Apesar de continuar a ser um país de emigrantes, Portugal é hoje país de acolhimento para muitos cidadãos estrangeiros provenientes de mais de 180 países. A maioria destes imigrantes vem de países africanos e do Brasil. Contudo, mais recentemente, o nosso país tornou-se também destino para muitos cidadãos oriundos de países do leste da Europa e da Ásia.
Em 1980, eram 50.750 os imigrantes legalizados em Portugal. Mais de vinte e cinco anos depois, representam já cerca de 5% da população residente no nosso país e 11% da população activa.

A maior comunidade estrangeira em Portugal é, sem dúvida, a comunidade africana. Esta vaga começou no início dos anos 70, tendo-se intensificado após o 25 de Abril de 1974. O total de imigrantes africanos, com situação legalizada, ascendia, em finais de 2002, a mais de 120 mil pessoas, na sua maior parte provenientes dos PALOP. O número de imigrantes ilegais será provavelmente o dobro. As nacionalidades com maior expressão no nosso país são a de Cabo Verde, Angola, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Moçambique, África do Sul e Marrocos. Com menor representatividade, estão as comunidades de imigrantes provenientes do Egipto, Senegal, Argélia e Tunísia.
Do Brasil, desde os finais da década de 80, provém a segunda maior comunidade estrangeira residente em Portugal. Oficialmente, o número de brasileiros a viver no nosso país ronda os 50 mil, embora se calcule que o número real seja superior a 100 mil.
Nos anos 90, chegam imigrantes originários da China, da Índia e do Paquistão, num total de quase 10 mil pessoas.
A última vaga, em finais da década de 90, e sobretudo após ter sido estabelecido o espaço Schengen (1998), provém dos países da Europa de Leste, num total de cerca de 80 mil imigrantes. Destes países destacam-se a Ucrânia, a Moldávia, a Roménia e a Rússia. Estima-se que actualmente o número de cidadãos do leste europeu a residir em Portugal, em situação legal e ilegal, seja superior a 200 mil.
Estes números revelam, por si só, a dimensão do fenómeno que tem, necessariamente, profundos impactos na sociedade portuguesa.
À semelhança do que se passa noutros países que recebem muitos imigrantes, em Portugal vivem-se também dramas humanos relacionados com diversas formas de violação dos direitos humanos. Os casos de exploração sucedem-se: entregues à sua sorte, muitos cidadãos estrangeiros vêem-se em terra amiga mas estranha, se não na língua, pelo menos na cultura, hábitos e costumes.
Em primeiro lugar, por mais qualificado e trabalhador que o imigrante seja, está, em geral, condenado a receber muito menos pelo seu trabalho, e, como se sabe, trabalho igual não significa necessariamente salário igual. Para alem disso, as escolhas são mínimas.
Existe outro problema difícil de ultrapassar para alguns imigrantes: a solidão. Visto que muitos deles entram sozinhos no nosso país, com o objectivo de ganhar algum dinheiro para enviar à família, residente no país de origem, existe a tendência para os comportamentos auto-destrutivos (como o suicídio, as drogas, o alcoolismo, etc.).
Há também o problema relacionado com a comunicação: a barreira da língua é uma das mais vulgares e difíceis de ultrapassar. Muitas vezes sem meios de aprender a falar português, a integração na nossa sociedade torna-se muito mais complicada.
Com tantas nacionalidades diferentes no nosso País, a integração das diversas comunidades estrangeiras é, de facto, um problema que urge em ser resolvido.