Sites Grátis no Comunidades.net Criar um Site Grátis Fantástico

PORTUGANTES



Total de visitas: 88581
Negócio da China

Será o século XXI o «século da China?»


A China tem a mais dinâmica economia do mundo, com um crescimento anual médio de 10%. Poderá ultrapassar o Japão dentro de uma década e em meados do século XXI será mais forte que os Estados Unidos.
Em Portugal, a comunidade chinesa, afastada dos conflitos sociais que caracterizam outras comunidades e apresentando-se como um povo reservado e humilde, conseguiu-se implantar no comércio nacional e tem vindo a crescer vertiginosamente.
Actualmente, estima-se que haja 15 mil chineses a viver e trabalhar em Portugal, quase o dobro do número oficial, 8723.
Foi no final da década de 80 que se começou a verificar o «fenómeno chinês» no nosso país, primeiro com os restaurantes, depois com os armazéns de revenda, nos anos 90, e em 2000 com as «lojas dos chineses», como são conhecidas. Embora tendo vindo a registar um decréscimo, o número de restaurantes chineses rondam os 480, enquanto que o número de armazéns de revenda e lojas pertencentes a chineses estima-se ser cerca de 300 e de 2 mil, respectivamente. Lisboa e Vila do Conde são as regiões com as maiores concentrações destes estabelecimentos.
Em termos da educação e da cultura, a mentalidade chinesa é muito diferente da portuguesa. A importância da escola e dos estudos é muito grande e uma das preocupações das famílias chinesas é que as próximas gerações estejam completamente integradas na sociedade portuguesa, apesar da dificuldade da linguística.
Culturalmente, a comunidade chinesa é uma comunidade fechada, o que não significa auto-exclusão, pois, para aqueles que falam bem a língua de Camões, há uma relação fácil com a população portuguesa.
Isto reflecte-se invariavelmente nos negócios. Tal como na educação e na cultura, há também grandes diferenças face aos comerciantes portugueses. Enquanto que a comunidade chinesa se satisfaz com uma margem de lucro de 5 ou 10%, os portugueses não se contentam com menos de 35 ou 50%. E como a concorrência não é só entre chineses e portugueses, mas também entre os próprios chineses (porque vão comprar os produtos aos mesmos locais), isto obriga a baixar ainda mais a margem de lucro, o que torna os estabelecimentos de comerciantes chineses muito mais atractivos que os de portugueses.Como tal, a comunidade chinesa tem sido alvo de «ataques» dos comerciantes portugueses, que os acusam de concorrência desleal.
Segundo Y Ping ChowPresidente da Liga dos Chineses no nosso país, a concorrência não é desleal, mas a verdade é que as empresas portuguesas não têm as condições que os chineses têm, sobretudo ao nível do crédito e pelo facto de as mercadorias serem provenientes da China e serem mais baratas. Além de que os empregados chineses trabalham mais tempo: não cumprem a regra das oito horas diárias de trabalho, trabalhando 12 ou 16 horas por dia, se for preciso.
No fim de contas, este «negócio da China» será ou não bom para os portugueses?
O bolso português não se queixa, já que os produtos chineses são muito mais em conta, mas na opinião dos comerciantes nacionais a concorrência asiática é demasiado forte ...